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A menina submersa: memórias foi publicado pela primeira vez em março de 2012, o livro da autora irlandesa Caitlín R. Kiernan, publicado no Brasil pela editora Darkside, é descrito em algumas páginas da internet como uma história de fantasmas e chegou a vencer o prêmio "Bram Stoker". A princípio eu caí no conto do fantasma e realmente acreditei estar lendo uma história de assombrações. Durou pouco essa impressão e foi por causa disso que esse livro veio parar aqui.
A menina submersa: memórias foi publicado pela primeira vez em março de 2012, o livro da autora irlandesa Caitlín R. Kiernan, publicado no Brasil pela editora Darkside, é descrito em algumas páginas da internet como uma história de fantasmas e chegou a vencer o prêmio "Bram Stoker". A princípio eu caí no conto do fantasma e realmente acreditei estar lendo uma história de assombrações. Durou pouco essa impressão e foi por causa disso que esse livro veio parar aqui.
O livro é narrado em primeira pessoa. O assunto principal são as memórias da personagem IMP (India M. Phelps), em um período em que ela passa por uma crise de saúde mental, que me pareceu ser esquizofrenia. Além deste, que é o assunto principal, as memórias deste período também abrangem um pouco das questões de gênero e sexualidade, além de falarem sobre o suicídio.
Pode ser descrito como um livro para o leitor comum, apesar de que a narração em primeira pessoa possa causar alguma estranheza principalmente nos momentos em que a crise da personagem se intensifica, quando assuntos e linguagem ficam confusos.
O enredo é original, considerando se tratar de um livro de memórias, e se desenvolve de forma emaranhada. As vezes temos a impressão de que a personagem se perdeu, nas suas lembranças, o que é um fato.
O interesse dramático se perde um pouco ao longo da narrativa, mas mesmo assim o final foi estimulante e satisfatório, provocando alguns pensamentos e conclusões que anteriormente não estavam lá.
Quanto aos valores para o leitor, o livro é recheado de referências culturais. Escritores, pintores e as obras deles, bem como músicas aparecem vez ou outra pelo texto. Vale a pena pesquisar sempre que eles aparecem, pois algumas surpresas virão.
Outra característica interessante no quesito valores é o uso de elementos simbólicos feitos pela autora. Para aplicadores de biblioterapia que trabalhem também com psicologia analítica, o livro parece-me ser um prato cheio para tratar determinadas questões que envolver o inconsciente. Aparecem nessa história os fantasmas, as sereias, o mar, o rio, e em alguma medida é possível vislumbrar também as selkies, focas. Tudo muito bem amarrado pela autora para dialogar com o estado de saúde mental da personagem, onde consciente e inconsciente se misturam (intencionalmente ou não). As questões sobre o feminino também podem ser trabalhadas por meio dessa obra, pois há a massiva presença de personagens femininos.

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