Amanda Lovelace, autora americana que começou divulgando seu trabalho em ferramentas como Twiter, Tumblr e Instagran, publica um livro de poesia intimista e de batalha pessoal. Destaco dois temas abordados pela autora, que se ligam intimamente e que permeiam toda a obra: o relacionamento com a mãe e a interpretação que a autora faz de seu corpo e seu peso. Desses dois temas, trabalharei/elegi apenas um, o da mãe, pois é a primeira vez que escrevo sobre um poema e não estou certa sobre como devo fazer isso.
Na página 30, encontramos o seguinte:
agora queNa página 30, encontramos o seguinte:
penso sobre isso,
ela sempre
fez questão
de que eu a visse
arrancando
o balão
da minha mão
e
deixando-o
voar para longe
No poema acima podemos perceber uma lembrança que a autora cultiva da mãe, que, longe de ser doce, parece-me uma lembrança cheia de incompreensão. Uma mãe que arranca o brinquedo da criança e faz questão de mostrar à criança o brinquedo ir embora.
Quando leio essas poesias sobre as batalhas intimas de cada um, não consigo deixar de pensar que aqueles que causam mágoas nos que foram magoados sempre tem uma razão para tal, algumas talvez seja uma forma de tentar dizer algo que não se consegue verbalizar em palavras. Um balão colorido, bonito, que te traz alegria, arrancado de você e você impotente, vendo-o ir embora. Por mais que isso parece crueldade, que lição isso pode ensinar? Talvez, que por mais estáveis e belas que sejam certas verdades em nossas vidas, elas também são passageiras, e que muitas vezes cabe a nós somente chorar pela perda, para depois conseguir um outro balão, e chorar pela perda dele também. Que aprendizado essa experiência trouxe à alma da adulta: apenas mágoa ou alguma forma de resiliência, aprendendo que sempre haverá outro balão e que este também poderá voar?
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