Americanah, nosso livro de hoje, foi escrito pela autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, conta a história de Ifemelu, uma jovem nigeriana que emigra para os Estados Unidos para fazer faculdade. Lá, além de cursar a faculdade, Ifemelu usa sua inteligencia singular observando e descrevendo em um blog, as diversas formas de preconceito que ela encontra no dia a dia. O livro tem vários focos narrativos distribuídos entre passado e presente de Ifemelu, e em alguns pontos temos também a presença de Obinze como narrador. Essa multiplicidade de pontos de narração é que dá dinâmica ao livro, pois em alguns momentos, por ser uma narração de cotidiano, temos a impressão de que o livro está se arrastando.
Dike não conhece o pai, e assim como Ifemelu, também sofre os grandes problemas de ser um imigrante negro nos Estados Unidos. Mas os problemas de Dike se intensificam mesmo quando ele muda da cidade à qual estava habituado e vai para uma pequena cidade, de maioria branca. Dike sobre preconceito na escola, por parte dos alguns alunos e de professores também, além de outros setores da sociedade.
A solução para tudo isso surge na cabeça do personagem na forma de um vidro de tylenol e alguns comprimidos para enjoo. Um adolescente saudável que tenta suicídio. O bullying na escola talvez tenha sido o principal fator que levou o personagem a tentar contra a própria vida, mas como a narrativa é do ponto de vista de Ifemelu, o movimento que a leitura pode provocar em nós é como podemos ser mas atentos, mais observadores, para perceber o quanto uma pessoa que convive conosco está deprimida? Esta pergunta de fato não é fácil de responder, observemos as palavras de Ifemelu:
Mesmo depois que Dike sai do hospital, Ifemelu ainda não consegue reconhecer nele os sintomas que, pelo menos no conhecimento popular, poderiam levar algumas pessoas a tentar tirar a própria vida! Se a ficção é uma imitação da vida, e se com ela podemos aprender a pensar, a que fica em busca de uma resposta talvez seja: quão próximos nós somos daquelas pessoas que nos rodeiam?
Um grande abraço e até a semana que vem!

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