terça-feira, 27 de setembro de 2016

Setembro Amarelo - Madame Bovary

Este deveria ser mais um post sobre o setembro amarelo, sobre o suicídio e as formas como ele foi abordado na literatura. Ele não deixará de ser sobre isso, mas veremos muito mais em Madame Bovary!

A obra prima do escritor Gustave Flaubert (1821-1880), foi um escândalo na época de sua publicação por causa da abordagem do adultério, tendo sido o suicídio apresentado como um fim merecido para uma mulher adultera. Mas, os tempos mudaram e, se não é menos trágico ver um casamento ruindo e casais se separando, podemos dizer que nosso olhar se condicionou e hoje achamos esse evento (o adultério) um pouco menos escandaloso. O que nos leva direto ao tópico: como podemos ver Madame Bovary, hoje, em 2016?

O romance foi publicado em 1857, portanto, 159 anos atrás. Poderíamos argumentar que não é tanto tempo assim, mas, dadas as mudanças velozes que temos visto em nosso modo de vida nos últimos 20 anos, 159 anos atrás é muito tempo passando. Se naquela época toda a informação era publicada em livros, jornais e folhetins, hoje, uma verdadeira onda meios de comunicação invade nossas vidas, sejam eles escritos, fotografados, filmados por atores, jornalistas, artistas ou por gente como eu e você. 

Se restringirmos o assunto um pouco mais, veremos que consumimos informações, consumimos produtos e muitas vezes ainda consumimos informações sobre produtos. Estamos acostumados a frases de efeito como "tem que ter", vindas de blogs e posts de sites. Alguns destes, entretanto (sem contar em todos os trabalhos acadêmicos que visam estudar as relações de consumo), tem tomado conta das nossas telas tentando nos alertar sobre como temos consumido mal e gastado sem a devida parcimônia nosso tão suado dinheiro. 

Pois eu deveria lhes dizer que mesmo seguindo vários desses sites e blogs, nada me pareceu tão eficaz ao alertar sobre os malefícios do consumismo como a obra hoje tratada.


Mas, vamos começar a história de Emma pelo começo, por um questão de princípio. Emma foi educada em um colégio interno de freiras, e lia romances às escondidas, pois os mesmos eram proibidos, e só chegavam às mãos das alunas quando eram contrabandeados para dentro do colégio por alguma funcionária. É por meio desses romances que Emma começa a elaborar suas fantasias sobre o amor. Quando sai do colégio e vai morar com o seu pai, Emma conhece Charles Bovary, se casa com ele, ansiando encontrar naquela relação a alegria que (de acordo com os romances) o amor deveria proporcionar.

Mas não é bem isso que acontece, e, entediada, Emma retorna à leitura. Tendo um dia sido convidado para um baile em um castelo de um nobre que morava nas imediações de sua casa, o casal Bovary comparece e aquele se torna um divisor de águas para a vida da esposa. Diante da opulência da vida daquela pessoas, de uma sociedade à qual ela não pertence, Emma adoece, pesarosa por não ter feito uma escolha melhor no casamento. 

A família, então, se muda em busca de tratamento para Emma, mas o que acontece é que ela conhece um rapaz, e se deixa seduzir duplamente: por ele e pela ideia de felicidade que ela merece ter. Eu poderia continuar narrando a história com mais alguns detalhes, mas em resumo, Emma dialoga com duas ideias: merece ser mais amada e viver com maior conforto. Em busca disso, ela se arrisca em casos extraconjugais e gasta o dinheiro de seu marido em prazeres que são apenas para si própria: vestidos da ultima moda, novos estofamentos em poltronas e até mesmo alugando quartos em hotéis caros na cidade para passar o dia com seu último amante.

Mas, o dinheiro acaba-se rápido e aquela que viria a ser a precursora do tão assustador cartão de crédito é então usada para conseguir mais dinheiro (com juros que sempre crescem numa velocidade estonteante): a nota promissória. Emma assina uma nota atrás da outra, sempre prorrogando o pagamento e aumentando os juros. Da mesma forma que pagar sempre o mínimo da fatura não é uma boa ideia, renovar promissórias não também não foi, e quando Emma é levada à justiça por não honrar suas dívidas, sem ter de onde tirar mais recursos, se desespera e comete suicídio.

Confesso que encerrando a leitura dessa obra, não vejo muitas diferenças entre Emma e qualquer um de nós, que passeia pelas vitrines de um shopping, e acredita que merece um novo sapato, pois o dia foi ruim e você merece que ele termine bem. Ou, que compra um novo vestido por que o dia foi bom e você merece celebrar. Parece-me que nos últimos 159 anos estivemos trabalhando na elaboração de um vínculo indissolúvel entre sentimento e dinheiro. Consideramo-nos sempre merecedores de mais, como se o mundo fosse um devedor eterno e tivesse o dever de nos recompensar com coisas (mercadorias) por nossa maravilhosa existência. Como se nós fossemos uma dádiva para o mundo e não o contrário! 

Podemos tomar de Emma algumas lições práticas como: não gastar mais do que ganhamos, não gastar para melhorar de uma tristeza nem para celebrar uma conquista. Mas acima de tudo, deveríamos aprender com Emma a ter uma visão mais adequada de nós mesmos, esperando sempre o melhor da vida, mas sem nos entristecer quando a vida parecer apenas um pouco menos animada! Deveríamos aprender com Emma a cuidar melhor da nossa grama e parar de olhar tanto a grama do vizinho.

Uma abraço e até a próxima sessão!


sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Setembro Amarelo - Americanah



Americanah, nosso livro de hoje, foi escrito pela autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, conta a história de Ifemelu, uma jovem nigeriana que emigra para os Estados Unidos para fazer faculdade. Lá, além de cursar a faculdade, Ifemelu usa sua inteligencia singular observando e descrevendo em um blog, as diversas formas de preconceito que ela encontra no dia a dia. O livro tem vários focos narrativos distribuídos entre passado e presente de Ifemelu, e em alguns pontos temos também a presença de Obinze como narrador. Essa multiplicidade de pontos de narração é que dá dinâmica ao livro, pois em alguns momentos, por ser uma narração de cotidiano, temos a impressão de que o livro está se arrastando.

Entretanto, quando livro é bom, o que acontece é que você pode seguir histórias de várias personagens sem necessariamente se prender naquilo que chamamos de personagem principal. No caso da livro Americanah é assim: acompanhamos também a história de Dike, primo de Ifemelu, filho da Tia Uju, uma médica nigeriana que foi amante de um general e que depois da morte do general se vê obrigada a fugir para os Estados Unidos.


Dike não conhece o pai, e assim como Ifemelu, também sofre os grandes problemas de ser um imigrante negro nos Estados Unidos. Mas os problemas de Dike se intensificam mesmo quando ele muda da cidade à qual estava habituado e vai para uma pequena cidade, de maioria branca. Dike sobre preconceito na escola, por parte dos alguns alunos e de professores também, além de outros setores da sociedade.


A solução para tudo isso surge na cabeça do personagem na forma de um vidro de tylenol e alguns comprimidos para enjoo. Um adolescente saudável que tenta suicídio. O bullying na escola talvez tenha sido o principal fator que levou o personagem a tentar contra a própria vida, mas como a narrativa é do ponto de vista de Ifemelu, o movimento que a leitura pode provocar em nós é como podemos ser mas atentos, mais observadores, para perceber o quanto uma pessoa que convive conosco está deprimida? Esta pergunta de fato não é fácil de responder, observemos as palavras de Ifemelu: 


                                                                                                                                                                                                                             "Depois que teve alta do hospital e foi para a casa, depois da lavagem no estômago e dos exames no fígado, Ifemelu observou seu rosto, seus gestos, suas palavras, procurando uma prova de que aquilo realmente quase acontecera. Dike não parecia diferente do que era antes, não tinha olheiras escuras nem um ar fúnebre"

Mesmo depois que Dike sai do hospital, Ifemelu ainda não consegue reconhecer nele os sintomas que, pelo menos no conhecimento popular, poderiam levar algumas pessoas a tentar tirar a própria vida! Se a ficção é uma imitação da vida, e se com ela podemos aprender a pensar, a que fica em busca de uma resposta talvez seja: quão próximos nós somos daquelas pessoas que nos rodeiam?

Um grande abraço e até a semana que vem! 



                                                                                     









quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Na terapia com Tolstói - ou, construindo um método de leitura para obras de ficção orientado à biblioterapia


Apresento nessa semana a nova página aqui do blog, chamada Clínica literária. Quando mergulhei no mundo internetesco em busca de inspirações para criar este blog, conheci o blog Tolstóy Therapy, escrito pela autora Lucy Horner, uma moça que acredita que a leitura pode ajudar pessoas a se sentirem melhor consigo mesmas. Enquanto leitora concordo com ela, tanto que criei este blog como objetivo de falar um pouco sobre isso.  A Clínica literária é uma tradução livre da lista elaborada pela Lucy no site dela, e constam apenas os livros que eu consegui encontrar com uma tradução em língua portuguesa. A lista original se encontra aqui! 

O problema
Enquanto bibliotecária, uma pulga saltou em minhas orelhas: como Lucy chegou à lista de livros que ela indica?

Se há algo realmente notório na bibliografia de biblioterapia é que muito se fala de seus benefícios, onde pode ser praticada, por quem pode ser guiada e a quem deve ser ministrada. Muito pouco se fala de quais livros devem ser lidos em quais situações. Além do site da Lucy, encontrei apenas mais alguns que tratam do tema desta maneria, como por exemplo o The Novel Cure e o LitTherapy, que também é coordenado pela Lucy Horner. (existem mais alguns sites, e eles serão organizados em uma coluna na lateral do blog, para facilitar a consulta, assim que o tempo me permitir!).

De todos eles, o que mais me agradou, foi o Tolstoy Therapy, pela simplicidade. Foi ele o escolhido para que eu possa fazer um pequeno estudo de como se chegam aos assuntos "médicos" aos quais determinadas obras de ficção se referem. Haverá um método de leitura específico, um guia? Dessa forma, fiz uma tradução da lista de sugestões biblioterápicas da Lucy, e dela eu expurguei todos os livros para os quais eu não encontrei tradução em língua portuguesa.

O Acervo
Isto feito, notei que alguns livros eu já possuía em minha biblioteca particular, alguns outros eu tratei logo de comprar na Bienal de São Paulo de 2016, como vocês podem ver neste post aqui! Por experiência em bienais, eu sabia que todos os livros incluídos na lista não seriam comprados, ou por falta de orçamento, ou porque os títulos não estariam disponíveis nos estandes das editoras. Ainda aproveitei uma feira do livro aqui na cidade para comprar um título que não foi encontrado na bienal. Se eu tiver a oportunidade de visitar a festa do livro da USP, tentarei comprar também alguns últimos livros por lá.

O Objetivo
Dito isto, apresento meu objetivo: quero compreender de qual forma eu posso determinar quando um livro é indicado para a leitura de uma pessoa que está com um determinado problema. Resumindo em uma pergunta: como determinar o potencial terapêutico de um livro? Tentarei fazer alguns fichamentos durante a leitura destes livros. Se alguém conhecer mais algum site sobre listas de biblioterapia, me encaminhem por e-mail ou deixem um comentário aqui embaixo!

Um grande abraço, e até a próxima!

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Setembro Amarelo - Ana de Amsterdam



Ana Cássia Rebelo, é moçambicana, advogada, mãe de três filhos e mora em Lisboa. Convive com o tédio, a depressão, a rotina pesada, o saudosismo e relata tudo isso no blog que tem o mesmo nome do livro. (O blog era público, agora está aberto apenas para convidados, deixo o link caso um dia ele volte a ser público).

A autora relata seus dramas em posts curtos e logo no princípio do livro descobrimos que ela tentou suicídio, e que essa ainda é uma ideia recorrente na vida dela. Um exemplo é quando ela relata que rouba pílulas de sua mãe e as guarda em uma caixinha rosa no armário do banheiro, como que por segurança, caso a existência se torne insuportável novamente. Ao contrário do que vemos em livros como Anna Kariênina e Madame Bovary (deste ainda vamos falar, se tudo der certo, na semana que vem), o suicídio em Ana de Amsterdam não é efetivado, ele é falho. Ana tenta, mas não consegue dar um fim em sua própria existência. Ela então fala ao blog, como fala mesmo a um diário.



6 de junho de 2007 - "Faz hoje um ano que tomei uma caixa de Xanax", digo ao empregado do bar. Depois calo-me, estranhando as palavras que se soltaram da minha boca. Nunca ninguém me fala desse dia. Nem meu marido, nem meus irmãos. Nem os meus pais. Nem a única amiga que tenho. É como se não existisse. Como seu outra, que não eu, tivesse naquele dia rondado o bairro de Chelas à procura de espantar a dor para os homens que, sonolentos, despertavam para a manhã. Como se outra que não eu, tivesse escutado os renhaus dengosos que as mulheres lançavam das janelas dos prédios de habitação social. Às vezes tenho a sensação de que aquele dia só existiu para mim e para mais ninguém. Por isso celebro sem que ninguém o saiba, bebendo ao final do dia, num bar da rua de São Paulo.[...]

Nos casos em que a morte não acontece, o livro Ana de Amsterdam pode dar uma boa ideia do que se passa com a pessoa, tanto os sentimentos que ela tem sobre ela mesma, tanto aqueles que ela tem sobre as pessoas com quem se relaciona. Percebe-se que a vontade de morte, a percepção de que a morte é um fim de sofrimento não é afugentada pela tentativa infrutífera, ela continua ali sempre no caminho daquelas pessoas. Mesmo após a falha e suas consequências, o desejo pela morte continua ali.  E é no próprio relato de Ana que podemos talvez começar a compreender o motivo: excetuando-se os profissionais de saúde e o grupo de apoio, quase ninguém mais está disposto a falar sobre o suicídio.

Determinam os panfletos da sala de espera e do quadro de recados da igreja do bairro, onde no salão paroquial grupos de apoio se reúnem, que se fale abertamente sobre o suicídio. Ora, ignorando as cartilhas do CVV's e dos Samaritanos, ninguém fala abertamente sobre o suicídio com o suicida. As pessoas que convivem com os suicidas tendem a forçar o esquecimento, provocando um emudecimento de sentimentos que deveriam ser discutidos. Suicidas precisam falar, precisam ser ouvidos. Aos ouvintes cabe apenas ouvir com o ouvido atento, sem procurar por soluções para os problemas dos outros.

Amigos e famílias também podem sentir vergonha pelo tabu do suicídio. A vergonha poderá ser de si mesmo, pela incapacidade de perceber o real estado de espírito daquele que atentou contra a própria vida, ou poderá ser uma vergonha social, provocada pelo medo do julgamento daqueles que pensam que suicidas são loucos, e estigmatizam essas pessoas e suas famílias, condenando-as a uma existência à margem do social.

Terça -feira próxima, falaremos de um outro caso não concretizado, um pouco mais ficcional que Ana de Amsterdam! Falaremos sobre a tentativa de suicídio em Americanah!
Um grande abraço até lá!



terça-feira, 6 de setembro de 2016

Setembro Amarelo - Vamos falar sobre Anna Kariênina?




No dia 29/08, uma família foi encontrada morta em um condomínio na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. A suspeita é que o marido/pai, tenha matado esposa e filhos e depois tirado a própria vida
A tragédia, antecedeu por poucos dias o início de setembro, mês escolhido para falar sobre o suicídio. O Setembro Amarelo é iniciativa do CVV (Centro de Valorização da Vida), do CFM (Conselho Federal de Medicina) e da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria). O trabalho com a prevenção do suicídio acontece principalmente desmistificando esse que é um tabu e ajudando pessoas a reconhecer que alguém próximo a elas pode estar pensando em cometer suicídio. O site oficial da campanha pode ser acessado aqui.

Aqui no blog, aproveitamos esse mês importante para desmistificar o tabu sobre um problema tão sério para falar um pouco sobre o suicídio na literatura. Apresentaremos algumas obras interessantes que tratam do suicídio e elencaremos algumas de suas características em comum, no final do mês.

A primeira obra apresentada, e talvez a mais emblemática para quem a escreve, pois a qualidade do texto é inquestionável é Anna Kariênina (ou Ana Karenina, ou Anna Karenina, depende da tradução. Aqui, utilizamos a edição da Cosac Naif como referência). 


Esse clássico da literatura trata, em linhas gerais, das histórias de vida de dois personagens, Anna Kariênina e Liévin, que se encontram apenas uma vez em todo o livro. Mas o foco e o título do livro recaem sobre Anna e não poderia deixar de ser, adianto, sem medo de dar spoiler, que Anna tira a própria vida no final do livro.

Anna, uma mulher casada da sociedade russa, se apaixona por um rapaz mais jovem e decide deixar o marido para viver com ele. O marido se nega a dar-lhe o divórcio. Não sendo casada com o jovem , chamado Vronski, Anna começa a sofrer o isolamento da sociedade, não sendo mais admitida nos salões, nem recebendo visitas de seus amigos.

A maternidade em Anna é questionada. Do primeiro filho, que teve com o marido, Anna não consegue esquecer e sofre por sua ausência. A segunda gestação não lhe traz a mesma alegria, e Anna não se conecta nem demonstra afeição alguma com a filha que tem com aquele homem que ela trata como o grande amor de sua vida. 

Ao final do livro, Anna Karenina sofre de um isolamento insuportável, e em uma última visita que ela faz a sua cunhada Dolly, vemos uma Anna de voz presa, que não desabafa pois naquele momento algumas coisas são simplesmente indizíveis: falar é confessar o fracasso de um grande amor. 

Sentindo que a vida saiu de suas mãos e que não há mais solução para seus medos, tomada por um ciúme doentio que sentia do companheiro (este ainda aceito em sociedade, e portanto, não sofrendo e não compreendendo o isolamento de sua companheira), e por uma saudade dilaceradora do primogênito, Anna resolve que o fim de tudo seria nas rodas de uma locomotiva. E assim o faz. 

A idéia do suicídio na cabeça de Anna tem uma dupla função: acabar com seu próprio sofrimento e ao mesmo tempo, fazer com que seu companheiro Vronski fosse tomado pela dor do remorso. Anna acredita ser  negligenciada por ele, uma vez que sacrificou a sua vida para estar com ele. É uma ideia recorrente na literatura, e vamos nos encontrar com ela ainda mais uma vez até o fim do mês, ao falar sobre Emma Bovary.

O fato que mais se destaca, para mim, nesse momento, é que Anna Kariênina pode nos mostrar como esperar que a felicidade, em nossas vidas, chegue ou por meio de um grande acontecimento ou da existência de uma outra pessoa pode ser uma grande cilada. A vida, como Tolstói parece nos dizer nesse livro, deve ser vivida buscando um equilíbrio, não um ápice, pois esse ápice é algo que nunca encontraremos.

Um grande abraço e até logo!