quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Retratos da leitura no Brasil - Motivações do Brasileiro para ler um livro

Em 2016, o Instituto Pró-livro divulgou o resultado mais recente da pesquisa "Retratos da leitura no Brasil", que traça um panorama dos hábitos dos leitores no Brasil. Entre as diversas perguntas e análises possíveis, com variantes de idade e escolaridade, tentarei fazer agora em Agosto uma série de posts comentando os pontos que considerei mais relevantes: As motivações para ler um livro, Escolha do livro por tema, Gêneros que mais gostam de ler, Lugares em que se costuma ler, Razão para não ter lido mais, O que gosta de fazer no tempo livre. 

Como tenho tendência a fazer textos imensos, vou considerar falar apenas um post sobre cada um dos itens. Em As motivações para ler um livro, dividiam as respostas em:  gosto, atualização cultural ou conhecimento geral, distração, crescimento pessoal, motivos religiosos, exigência escolar ou faculdade, exigência do trabalho ou atualização profissional, não sabe ou não respondeu.



Quanto olhamos o quadro geral de respostas, um dado chama a atenção: as pessoas que dizem que leem por gosto são um número expressivamente maior que todas as outras categorias, e ainda, as que dizem ler por distração são 5% a mais que as que dizem ler por crescimento pessoal. Isso posto, concluo duas coisas: os que leem por gosto, talvez não percebam ou não tenham ainda percebido a importância da leitura para suas vidas, a mesma coisa eu diria dos que leem por distração. Mas talvez, seja muita pretensão a minha imaginar que todas as pessoas leitoras devessem atribuir a mesma importância para a leitura.

No quesito idade, aqueles que estão no início da faixa abrangida pela pesquisa são os mais leem por gosto. Quanto maior a idade, mais decaí a leitura por gosto e mais aumenta os outros índices.
A leitura como desenvolvimento pessoal apresenta uma abrangência quase homogênea, entretanto, muito inferior à da leitura por gosto, por exemplo, e isso em qualquer faixa etária. A leitura como desenvolvimento pessoal ficou atras, inclusive, da leitura como distração.Fico imaginando as dificuldades que os leitores tem de encontrar um livro que realmente os ajude a superar determinado problemas, que os ajude a refletir sobre si e sobre o que podem fazer para melhorar sua relação com as palavras.

No quesito escolaridade, a pesquisa não deixou claro (ou eu não encontrei esse dado) se entrevistou pessoas que estão cursando determinada série ou se já a concluíram, mas acredito, de acordo com os dados apresentados, que se trate de pessoas que ainda estão cursando determinado curso. Dito isso, o resultado é muito similar ao da idade, ficando a leitura por gosto em primeiro lugar, distração e crescimento pessoal em posições secundárias.

Ouso, para concluir, lançar uma hipótese: entenderiam os leitores que crescimento pessoal tem relação com a literatura de auto-ajuda, e portanto, se algum livro não se encaixa nesta categoria, este livro não agregaria valor de crescimento a uma pessoa? Considerariam os leitores que é possível, lendo "A elegância do ouriço" ou "O Quinze", resinificar valores e ser provocado à reflexão?

A pesquisa, em sua imensidão e com todos os pontos abordados, pode ser melhor observada aqui:

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