Afinal, o que buscamos na leitura?
Para o Professor José Morais (1996, p. 12-13), da Université Libre de Bruxelles, Bélgica,
Este trecho, retirado da introdução do livro a Arte de Ler, encontramos um pequeno texto, cujo subtitulo, "A leitura, prazer pessoal", título que, mesmo não sendo o foco de todo o livro, nos ajuda a responder a pergunta inicial. O livro aborda diferente temas sobre a leitura, caminhando principalmente na direção da alfabetização, mesmo caminho percorrido por Teresa Colomer, que veremos no post de sexta-feira.
Antes de ser uma obrigação escolar, leitura deve ser prazer. Um leitor pode buscar no texto não apenas aprender sobre uma determinada escola literária e sobre a literatura como forma de arte. Os diálogos com um livro são os mais diversos. Um livro pode, desde fornecer informações sobre como plantar margaridas no jardim, te ajudar a passar o tempo no consultório do dentista, ou a passar por momentos mais complicados da vida.
Para o Professor José Morais (1996, p. 12-13), da Université Libre de Bruxelles, Bélgica,
Os prazeres da leitura são múltiplos. Lemos para saber, para compreender, para refletir. Lemos também pela beleza da linguagem, para nossa emoção, para nossa perturbação. Lemos para compartilhar. Lemos para sonhar e para aprender a sonhar. [...] Lemos até para esquecer.
Antes de ser uma obrigação escolar, leitura deve ser prazer. Um leitor pode buscar no texto não apenas aprender sobre uma determinada escola literária e sobre a literatura como forma de arte. Os diálogos com um livro são os mais diversos. Um livro pode, desde fornecer informações sobre como plantar margaridas no jardim, te ajudar a passar o tempo no consultório do dentista, ou a passar por momentos mais complicados da vida.
A leitura foi muitas vezes comparada à alimentação. Conforme nossa fome e nossa disposição momentânea, a gente engole, devora, mastiga, saboreia. Ler é pastar [...], é digerir [...]. E se o texto é poético, sendo a poesia mais etérea que a prosa, ler é também respirar. (MORAIS, 1996, p. 13)
Para chegar a esse nível de cinestesia, teremos que aceitar que a leitura muda com o leitor, o livro que para alguém é bobagem, para outro é distração, e para um terceiro é revelação. A leitor que digere, que respira o texto, compreende seu ritmo, observa suas palavras, dialoga com elas.
Nossa busca por palavras que nos tragam bem estar é latente: pipocam pela internet perfis de redes sociais com frases de inspiração, de versículos bíblicos a filósofos, passando por músicos, pintores, escultores, jornalistas. Procuramos por palavras inspiradas.
Lendo, somos cúmplices, coautores, temos a chance de criar, em nossa mente, aquilo que o autor tenta nos transmitir com palavras. Ler é, portanto, um exercício de liberdade quase tão amplo quanto pensar. É uma pena que nem todos nós sejamos capazes de fazer isso com prazer.Editado pela Casa de Palavas, O prazer de ler é um pequenino livro da Heloísa Seixas, que consegue, em poucas palavras encantar leitores com suas observações sobre os diversos prazeres que encontramos na leitura. Recomendo conhecer este pequeno grande manual! Ainda falaremos muito sobre ele!
Um grande abraço e até a próxima!
Fontes:
MORAIS, José. A arte de ler. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1996. 327 p. (Encyclopaidéia). Tradução de Álvaro Lorencini.
SEIXAS, Heloísa. O prazer de ler. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2011. (Prazeres).
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